quinta-feira, 21 de março de 2013

Metrô.

                A luz do dia passava pela cortina e tocava delicadamente a pele dourada dela, abriu os olhos devagar e se levantou preguiçosamente, esticou os braços o máximo que pode e deitou de novo. “Levanta, você tem que levantar”. Pulou da cama e foi direto pro chuveiro, deixando peças de roupa pelo caminho. Encostou a cabeça na parede e deixou a água cair. A noite anterior não tinha sido a melhor da sua vida, brigou com a amiga, a festa foi chata e ele ficou com outra. Terminou seu banho e foi comer, pegou um iogurte na geladeira, escovou os dentes e foi para o trabalho. Ah, Nova York! Respirou aquele ar cheio de pressa e stress. Só mesmo essa cidade para alegrar sua vida. Correu para o metrô e, como sempre, perdeu. “Sempre chego atrasada, ninguém vai reparar”. Sentou no banco do metrô e esperou o próximo. Acabou se distraindo com as pessoas passando e nem notou o homem alto, loiro e forte que sentou ao seu lado. “Oi!”, ele disse. Ela saiu do transe de imaginar o que as pessoas fazem da vida e olhou para ele, belos olhos verdes, ela pensou. Ela deve ter ficado alguns segundos olhando para ele. “Oi!” ela lembrou que tinha que responder. “Adam”, ele se apresentou. “Julie, prazer”. Ela ficou assustada com um homem desconhecido puxando papo com ela no metrô e teve que mentir o nome. “Você é daqui?” ele perguntou. “Não... Dá pra notar?”, isso era verdade. “Dá, nova iorquino nenhum perderia o metrô e simplesmente sentaria no banco para esperar o próximo” ele disse rindo. “Você tá me seguindo?”, ela perguntou assustada. “Não, juro, não sou um louco que persegue ruivas lindas por ai.” ele respondeu. “Espero que não, mesmo. E obrigada, pelo “ruivas lindas”“. Eles riram e conversaram até o trem dela chegar, ela levantou rápido lhe deu um beijo e entregou seu cartão. Quando ia entrar no metrô ela virou e falou “Meu nome é Katy, na verdade, achei que você era louco e menti, perdão”. Ele riu e a porta do metrô fechou na frente dela antes que ele pudesse responder qualquer coisa. Ela chegou em casa depois do trabalho e notou que tinha esquecido o celular em casa. 7 mensagens não lidas, 10 ligações perdidas. Nenhuma do Adam, todas do idiota de ontem à noite. “Sinto sua falta”, “Perdão”, “Eu te amo”. Ela sentou no sofá e leu todas aquelas mensagens, escutou os recados. Ele parecia tá falando a verdade. Ela ia ligar pra ele, ela não conseguia ficar longe dele. Até que um número desconhecido ligou. “Alô?” “É o Adam. Desculpa só te ligar agora, mas eu tava no trabalho e acabei de chegar em casa.” “Tudo bem, eu também.” “Como foi seu dia?”. Ela sorriu quando ele perguntou aquilo, ela sempre dizia que só queria um cara que quisesse saber como tinha sido o seu dia. Ela dormiu feliz naquela noite e a ligação que ia ser feita antes do Adam ligar, nunca foi feita. 

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