quinta-feira, 21 de março de 2013

Meant to be.


            Procurou no meio da bagunça aquele bilhete antigo, aquele que ela guardava com carinho, mas a mudança bagunçou tudo. A caixinha de lembranças aonde ele estava foi jogada fora e o bilhete ficou no meio de outros tantos papéis sem significado. ACHEI! Ela gritou para ninguém já que tinha acabado de se mudar para o seu próprio apartamento. Abriu o papel amassado e meio rasgado, ficou com dó de vê-lo naquele estado. Leu as palavras carinhosas em voz alta entre os soluços saudosos que já não conseguia mais segurar. A saudade tava forte, expulsando todas as lágrimas guardadas durante aqueles dois anos. 
            “Você é a moça mais linda desse bar… perdão, do mundo. Eu te amo muito e desculpa não ter conseguido ir hoje. Não deixa nenhum idiota chegar perto de ti, você é a minha pequena e só minha, te vejo amanhã. Te amo. Te amo.”
             Eles namoraram por mais alguns meses depois desse bilhete, mas ele teve que voltar para os Estados Unidos e ela ficou no Brasil, tinha que terminar a faculdade. A vida foi passando e os dois perderam o contato, ela nem teve a oportunidade de contar que tinha conseguido um emprego em Los Angeles, não era onde ele morava, mas era mais perto pelo menos. Ele era do Texas. Ela colocou o bilhete na frente do retrato com a foto dos dois que ela ainda guardava e voltou a desempacotar as caixas. Depois de terminar foi sair para comer alguma coisa. Tinha um restaurante bem agradável perto do seu prédio, pediu sua comida e sentou na varanda para esperar. Enquanto terminava seu café notou um menino de toca, com os cachos loiros escapando dela, a barba mal feita, um sorriso de tirar o fôlego. “Será? Não, não, estou imaginando coisas” ela pensou. Seus olhares se cruzaram, ele parecia assustado, chocado. Ela tirou os óculos escuros. Ele levantou e veio na sua direção, ela não o reconheceu (não quis reconhecer) até quando ele estava a quase um metro de distância dela. 
- Nina? - ele perguntou chocado.
- NATE?!?! - ela gritou, já pulando nos braços dele. 
- Que saudades! - os dois disseram juntos. 
“Se duas pessoas foram feitas para ficarem juntas, eventualmente acharão o caminho de volta”

Nenhum comentário:

Postar um comentário