domingo, 28 de abril de 2013

Fim.

         
          Eu sei que eu me prometi que não ia contar da gente e que não ia dizer pro mundo que você foi o meu maior amor, mas às vezes o amor é tanto que o coração explode e as palavras vão pulando, escapulindo. Tentei me controlar, mas sabe, um amor assim não pode permanecer desconhecido. Por isso hoje eu vim aqui contar nossa história pro universo inteiro ouvir.
         Nossa história não é bonita, não tem final feliz, mas foi forte. Forte o suficiente para afetar todos os dias da minha vida desde quando te conheci. Não, você não surgiu do nada, você veio devagar e eu fui notando aos poucos que seu sorriso me afetava de uma maneira diferente dos outros sorrisos. Percebi que os seus olhos tinham um brilho diferente, até perguntei para as minhas amigas se elas tinham notado como eles pareciam ter luz própria, era como se você tivesse duas estrelas azuis coladas no seu rosto. Elas disseram que seus olhos eram normais, eu não acreditei. Fui percebendo que só eu te via daquela maneira, só para mim você era tão... encantador.
         Nunca soube se meus sorrisos ou meus olhos te afetaram do mesmo jeito que os seus fizeram comigo. Você sempre foi muito misterioso, talvez por isso eu me perdesse no entrelaçado dos seus enigmas, dos seus "talvez". Fui tentando desvendar você e acabei me perdendo, naquela época achava que pra sempre ia ficar ali encurralada no meio dos seus disfarces. Você me dava a mão e me puxava um pouco pra fora dali, mas logo depois você me empurrava e eu afundava ainda mais. Era um vai e vem que de alguma maneira me encantou, talvez fosse meu lado masoquista ou talvez eu achasse que no fim ia dar certo, que uma daquelas mãos estendidas iam se tornar um abraço apertado e aquele labirinto louco ia se desfazer e eu ia te compreender. Agora vendo de fora eu acredito que eu só queria isso, te entender, por que eu nunca entendi e nunca vou entender.
         Você me maltratou, pisou, cuspiu, estraçalhou meu coração. Mas era só você olhar pra mim, sorrir pra mim ou simplesmente falar comigo e era como se meu coração esquecesse toda aquela mágoa. Sempre que a gente se reencontrava eu jurava que eu não ia deixar tu mexer comigo de novo, que desse vez eu ia me vingar, mas eu nunca consegui não é? Sempre foi você quem venceu no final. O nosso final que nunca foi um final sempre foi uma pausa no seu jogo de ir e vir, no seu jogo de acariciar e torturar.
        Não vou afirmar que essa nossa pausa agora é eterna, pois eu simplesmente não sei. Eu não tenho a certeza de que se você vier e me der um sorriso amanhã no parque eu vou desviar o olhar e seguir em frente. Eu não sei. Não te garanto nada, não me garanto nada. Eu só sei que minha vida sem você não é a minha vida, metade dos meus casos terminaram pois você reapareceu e a outra metade começou pra eu te superar. Mas sinceramente, acho que nunca estive tão forte como estou agora, nunca gostei tanto de mim. Eu não quero que você apareça, eu não te procuro. Eu quero ser feliz e acho que você entendeu isso, eu espero. Acredito que você não vá mais voltar e eu agradeço por me dar esse espaço.
       Meu amor por ti foi unilateral, mas amei por nós dois. Agora guardo esse amor todo pra alguém especial. Alguém que vai me segurar pela mão e que não vai criar labirintos indecifráveis, eu não precisar desvendá-lo, pois ele não vai disfarçar, fazer mistério. Ele vai ser ele e eu, eu mesma. Sem máscaras, sem teatros. Apenas duas pessoas que não precisam nem revelar, nem esconder, simplesmente ser.

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