sábado, 9 de novembro de 2013

Um pequeno trecho do amor.



        Os dedos se confundiam uns com os do outro, a barba se arrastava no meu pescoço, os arrepios se espalhavam pelo meu corpo, pouco a pouco, acompanhando a ponta de seus dedos que faziam um reconhecimento do território que era dele. Um sussurro ao pé do ouvido, um beijo na bochecha, um sorriso largo, um beijo na ponta do nariz. Volta e revira e joga e mexe e puxa, uma confusão gostosa e coreografada no improviso. Os beijos e os toques variavam a intensidade conforme nós combinávamos inconscientemente, os sorrisos não saiam dos nossos rostos, a mão dele apoiava a minha cabeça e um beijo digno de um Oscar. O ar fugia de nós e recuperávamos juntos, depois mais um beijo. Nossos dedos entrelaçados acima de nossas cabeças e um gemido abafado pelo beijo. Sorrisos.
      Ele se deitou ao meu lado e roubou um beijo na ponta do meu nariz, me puxou pra si e eu me aconcheguei no seu abraço. Ficamos alguns momentos em silêncio, as respirações foram desacelerando aos poucos e ele beijou o topo da minha cabeça. Eu virei, apoiando minha cabeça nas minhas mãos e fiquei ali o observando, ele sorriu. Estiquei-me e lhe dei um beijo sem pressa, ele segurou minha nuca, nossos olhos se prenderam e passamos um tempo com os narizes colado, com os olhares presos. Ele suspirou, eu sorri. Ele me deu um beijo.
- Eu te amo. - ele soltou como um sopro entre os nossos milhares de beijinhos. Eu beijei a ponta do seu nariz.
- Eu amo você. - eu sussurrei no seu ouvido, senti o seu corpo se arrepiar e ele beijou meu pescoço.
        Nos aconchegamos na certeza do nosso amor à flor da pele, no amor culpado pelas batidas aceleradas do coração, na falta de ar, nos arrepios. Nos aconchegamos um no outro, no abraço, no peito, no calor. Dormimos com a tranquilidade de sermos um do outro sem nos prender, sem nos perder. O nosso amor sem muitas regras e um pouco fora do convencional, mas nosso amor.

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