sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Ele não queria, nem podia.


Um aperto no coração descomunal a tirou do sono tranquilo, era aquele aperto já conhecido que só o rosto dele causava. Já fazia algum tempo que ele não invadia seus sonhos, nem perturbava sua mente, mas naquela noite doeu e ela deixou doer. Não tentou impedir as lágrimas de rolarem pelo seus rosto, se permitiu sentir aquele aperto.

Suas mãos agarravam o lençol enquanto as mensagens que ele mandava ecoavam na sua mente. O que ele falou logo depois de quase tê-la beijado, na noite em que se despediram pela primeira vez. Ela sentia a mesma dor que sentira naquela noite. E continuava vendo o coelho na Lua.

A ferida tinha aberto novamente e ela sabia o porquê. Foi o filme. Assistira mais cedo o filme que ele tinha prometido assistir com ela. Lembrou das madrugadas, das conversas, do: "Você tá diferente, tá com voz de mulher." que ele soltou em uma conversa de vídeo. Lembrou da foto que partira seu coração pela última vez, como prometeu pra si mesma. Realmente, aquela foi a última, afinal, não tem como quebrar algo já quebrado. Mas ele, ah, ele ainda conseguia pisar nos cacos.

Doeu, ainda doía. Mas ela aprendeu a lidar com a dor, ensaiou seu melhor sorriso e o coloca no rosto todos os dias. Vestiu a fantasia de mulher forte e seguiu em frente. Ele causou um dano irreparável, mas ela aprendeu a deixar de lado, a lidar com aquilo. Ela aprendeu a gostar de estar sozinha, aprendeu a gostar dela e a se dar o valor que merece.
É só que de vez em quando bate saudades do que não foi - mas poderia ter sido - e a dor é tão forte que armadura nenhuma aguenta.

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